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Parvatāsana - पर्वतासन (parvata = montanha ; asana = postura)
Com uma base firme em conexão com a terra e o topo sutil em conexão com o céu, meu corpo se torna ele próprio a montanha.
Parvatāsana não é uma postura que aparece nos principais tratados clássicos de Hatha Yoga, porém, existem registros muito antigos de sua existência, como no templo de Ranganatha no estado de Tamil Nadu, onde a postura é representada em esculturas gravadas nas paredes. A construção deste Templo remete ao séc IV d.C. o que nos leva a crer que parvatāsana já era uma postura praticada muito antes disso.
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Parvatāsana nas paredes do templo de Ranganatha
A natureza era parte integrante da realidade dos antigos yogis que se dedicaram a sistematizar o Hatha Yoga, não por acaso, diversas técnicas psicofísicas desta tradição fazem referências a cenários como montanhas e florestas.
A montanha, em especial, apresenta um significado muito particular e sagrado no contexto do Yoga, pois sempre foi um destino muito utilizado para peregrinações e prática ascéticas. Na mitologia Hindu o monte Meru é considerado o eixo central do universo, enquanto que o Monte Kailash é respeitado como a residência de Shiva (patrono do Yoga), além de ser o local onde nascem diversos rios importantes, inclusive o Rio Ganges.
Assim, quando realizamos uma postura com um simbolismo tão especial como parvatāsana, o fazemos com reverência, buscando internalizar arquétipo da montanha, de forma que tais atributos reverberem em nosso corpo.
Vamos analisar a postura a partir de 3 perspectivas:
- 1 - Aspectos físicos / técnicos
- 2- Aspectos sutis
- 3- Efeitos (benefícios e contraindicações)
1. Aspectos Físicos / Técnicos
a) Em uma superfície regular posicione o quadril sobre o solo de forma que os ísquios fiquem bem apoiados no chão (ou se preferir use uma almofada);
b) Cruze as pernas, não é necessário realizar a postura de lótus (padmasana), a não ser que esta seja uma postura muito confortável e estável para você, caso contrário, você pode realizar meia lótus (ardha padmasana), ou mesmo uma alternativa simples como sukhasana;
c) Com uma base bem firme e conectada com a terra perceba que é mais fácil manter a coluna ereta, mantenha este alinhamento sem rigidez, preservando as curvaturas naturais da coluna;
d) Eleve os braços pelas laterais enquanto inspira até que as palmas das mãos se toquem acima da cabeça, procure estender confortavelmente os cotovelos; Mantenha os bíceps ao lado das orelhas sem tencionar os ombros.
2. Aspectos sutis
a) Enquanto permanece estável e confortável na postura, mantenha a respiração natural, tornando-a gradualmente mais sutil e profunda;
b) Se mulabandha é uma técnica familiar para você, é aconselhável a sua realização;
c) Traga a simbologia da montanha: uma base firme em conexão com a terra, uma estrutura sólida (alinhamento da coluna) e o topo fazendo uma conexão sutil com o céu;
d) Com a atenção nas polaridades - base e topo, visualizar a ativação do centro de força raiz (muladhara chakra) trazendo estabilidade e segurança e a ativação do centro de força no topo da cabeça (sahasrara chakra) trazendo conexão e transcendência;
e) Esta postura é muito auspiciosa para se trabalhar o equilíbrio final entre as polaridades que marcam a existência humana: a integração entre a Shakti (que no corpo se manifesta principalmente através de uma energia criativa e latente localizada na base da coluna – Kundalini) e Shiva (consciência cósmica que nos remete a nossa verdadeira natureza);
3. Efeitos
a) Benefícios:
- A base de pernas cruzadas auxilia na flexibilização da musculatura dos membros inferiores, bem como das articulações dos tornozelos e joelhos;
- Aprimora a abertura do quadril através da flexibilização da cintura pélvica;
- Ao manter a coluna ereta acontece o fortalecimento da musculatura que envolve a coluna, prevenindo dores nas costas;
- Trabalha, através do alinhamento da coluna, a correção postural;
- Ao elevar os braços, a flexibilidade e o fortalecimento dos ombros é aprimorada;
- Aprimora a estabilidade do corpo, da respiração e da mente;
- Trabalha o equilíbrio entre a firmeza e o relaxamento
b) Contraindicações:
- Esta postura apresenta um grau baixíssimo de efeitos colaterais negativos, entretanto, ela deve ser evitada em caso de lesão muscular ou osteoarticular que traga algum incomodo em sua execução;
- Lembrando que sempre é possível realizar adaptações, como por exemplo: realizar a postura sentada(o) em uma cadeira, ou mesmo utilizar algum apoio para auxiliar na elevação dos braços.
Como podemos ver a postura da montanha tem muito a nos ensinar, principalmente se a desempenhamos com estabilidade, conforto e PRESENÇA.
Boas práticas!
Obs: Este breve artigo não substitui a presença de um professor experiente na sistematização de sua prática pessoal.
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